sábado, 29 de setembro de 2012

“Downton Abbey”, temporada 3, e “Upstairs. Downstairs”, temporada 2

Assisti ao primeiro episódio da Temporada 3 de Downton Abbey. Gostei do episódio - bem mais do que de qualquer episódio do final da Temporada 2. Continuo não vendo “química” nenhuma nos casais, principalmente Matthew/Mary, e os aspectos pateticamente melodramáticos me fazem rir, mas gostei dos novos relacionamentos que estão se estabelecendo, especialmente entre Matthew e Branson, e das batalhas sarcásticas entre Violet (Maggie Smith) e Martha Levinson (Shirley MacLaine).

Acredito que Downton Abbey tenha se baseado na primeira versão de Upstairs, Downstairs, de 1971, que se passava entre 1903 e 1930. Não assisti a essa versão, pois não é fácil encontrar cópias dos episódios. Mas estou assistindo à nova série Upstairs, Downstairs, de 2010, que se passa na época da Segunda Guerra. Estou no meio da Temporada 2. É uma série mais instigante, em termos políticos, do que Downton Abbey, e não há tanto melodrama. Quando terminar de assistir aos episódios talvez eu comente mais sobre a série. Não haverá uma terceira temporada.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Uma talvez resenha de “A batalha das libélulas” e “A queda de Babilônia”

A batalha das libélulas e A queda de Babilônia, de Glautúrnio Polenta e Guian de Bastos, são os dois primeiros volumes da saga Velho Império sem Czar.

Antes de mais nada, eu gostaria de dizer que gostei de A batalha das libélulas, mas gostei muito mais de A queda de Babilônia. Perguntei-me, então, por que isso teria acontecido. Há várias explicações possíveis. A primeira seria que o primeiro livro assusta um pouco, pela falta de referências. Ao ler o segundo, já conhecemos a história, de certa forma, então fica mais fácil acompanhar. A segunda explicação, um pouco mais pessoal, é que no segundo livro há mais interação entre os personagens. Aguirre está sempre conversando com Soraya ou Valquíria, e eu sou fã de livros em que há interação entre os personagens. A terceira hipótese está ligada a esta segunda: eu teria gostado mais deste livro porque gosto mais de Aguirre como personagem do que de Flamínio. Um dos méritos da série é exatamente que o livro centrado em Flamínio tem a cara do Flamínio – é volúvel, irrequieto, cheio de ação. O livro centrado em Aguirre é mais intimista.

Diverti-me muito com a parte em que aparecem os Augúrios. Eu sei muito bem de quem se trata. Esse é um aspecto desta série que a torna um tanto… elitista? exclusivista? qual seria o melhor termo? – há muitas inside jokes. Piadas que só os mais íntimos entendem. Mas e daí? Provavelmente o Ulisses do James Joyce também está cheio de inside jokes, e os estudiosos ficam escavando em busca das explicações… O que complica tudo ainda mais é que a Valéria não é bem a Valéria, e o Bar do Ernani não é bem o Bar do Ernani, se é que vocês me entendem. Talvez um dia eu seja entrevistada pra explicar muitas dessas referências. O problema é que eu não sei todas! Preciso urgentemente de um “Velho Império sem Czar Explicado” ou “Velho Império sem Czar for Dummies”.

Nunca mais escutaremos o Aphrodite’s Child com os mesmos ouvidos. Nem o hino do Galo do Japi. E todas as vezes que eu me vir diante de um elevador, vou me perguntar se ele é o mesmo ou não.

Aguardo ansiosamente o lançamento dos próximos livros – e da Turminha do Sacomâ [1]. Uma pergunta que não quer calar: será que nossos heróis da O. conseguirão derrotar os filhos do P. e a agromáfia? Ou será que tudo vai terminar no ponto onde estamos, ao final dos livros 1 e 2? De qualquer forma, vendo que os autores sabem lidar tão bem com pontos de vista diferentes, estou muito curiosa para ler outros desses pontos de vista. Tenho a impressão de que vou gostar mais da história a cada livro.

(Esta talvez resenha foi publicada no blog do Velho Império sem Czar, onde vocês podem encontrar mais informações sobre a saga, inclusive um vídeo com depoimento dos autores.)


[1] Em breve, nas livrarias, Mirna contará tudo sobre essa nova sensação!

Tempestuous (série “Estranhas maravilhas”), de Lesley Livingston

Minha irmã e eu terminamos de traduzir Tempestuous, o último livro da trilogia Estranhas maravilhas, de Lesley Livingston. Nos próximos parágrafos vou comentar um pouco sobre esse livro e a trilogia – não vou revelar nenhum grande segredo, mas aqueles que não gostam de saber de nenhum detalhe antes de lerem os livros talvez devam parar por aqui.

Como todo livro final de uma série de fantasia, este é bastante... tempestuoso. (Não por acaso, a peça de Shakespeare que está sendo ensaiada pelos Avalon Players, o grupo teatral do qual Kelley faz parte, é A tempestade.) Kelley e Sonny precisam enfrentar os mais terríveis obstáculos. O teatro Avalon Grande foi destruído. Auberon, o rei do Inverno, está à beira da morte. Os poderes de Sonny são devastadores e incontroláveis. Para protegê-lo, Kelley precisa abandoná-lo. Alguns Guardiões Jano se rebelam e atacam seres mágicos inocentes. Alguém está por trás de muitos desses acontecimentos nefastos. Quem? E será que Sonny e Kelley conseguirão superar todas essas adversidades?

Falando da trilogia como um todo, talvez os fãs de romances se surpreendam ao perceber que os protagonistas, Sonny e Kelley, não são modelos de perfeição. Eles têm defeitos, como qualquer pessoa normal – mesmo que eles estejam bem longe de serem “pessoas normais”. Pelas resenhas de leitores que li, alguns acham que isso enriquece os personagens e até facilita a identificação do leitor com eles, mas outros se ressentem disso, achando que isso prejudica o aspecto romântico da história. Segundo essas resenhas (na Amazon e em blogs), a maioria dos fãs de romance gostou da trilogia, então acho que o balanço final é positivo, nesse aspecto.

Eu me diverti bastante com essa série. O que mais aprecio em Lesley Livingston é o seu humor irônico, e a capacidade de criar personagens secundários fascinantes. Eu me apaixonei por alguns dos personagens desta trilogia: Bob, Tyff e o Cavalheiro Jack são deliciosos; Quentin e as Bruxas da Tempestade me fizeram dar boas risadas; Carys é uma verdadeira heroína; Mab, com toda a sua perversidade, é uma personagem muito bem construída. Mas, acima de todos, me apaixonei pelo Lobo Fenris. É, eu gosto de personagens complicados... (E Lesley parece gostar também, porque ouvi dizer que o Lobo Fenris reaparece no mais novo livro dela, Starling.)

Outro aspecto em que achei que a autora se saiu muito bem foi o modo como ela integrou as peças de Shakespeare ao enredo. Funcionou muito bem, enriquecendo a trama central.

Na tradução, creio que o maior desafio foi, exatamente, traduzir os versos de Shakespeare de um jeito mais leve e atual (em comparação com a maioria das traduções que já foram feitas), já que estávamos traduzindo uma série juvenil. Mas sem exageros – afinal, Shakespeare é Shakespeare. Outro desafio foi tentar reproduzir em português os jogos de palavras, para preservar o humor do texto original.

Acredito que a trilogia Estranhas maravilhas irá agradar especialmente aos fãs de romance, aventura e magia. Mas eu não ficaria surpresa se você, mesmo não sendo fã desses gêneros, viesse a encontrar estranhas maravilhas nessa série...