quarta-feira, 6 de junho de 2012

As traduções de “Os Lusíadas” para o inglês

Depois de uma overdose de Johnson, os leitores deste blog terão a partir de agora um assunto bem diferente: comecei a ler The presence of Camões: influences on the literature of England, America & Southern Africa, de George Monteiro. Pesquisando para a minha tese (análise da tradução de Os Lusíadas por Mickle), estou em busca de mais informações sobre a influência de Camões sobre os países de língua inglesa.

Como introdução ao assunto, eis uma lista das traduções completas de Os Lusíadas para a língua inglesa, em todos os tempos.

• Sir Richard Fanshawe, Londres, 1655
A primeira. Tradução em oitava rima (seguindo o original), surpreendentemente literal e competente, mas talvez bem-humorada demais para o gosto das gerações seguintes. Nâo teve grande repercussão, mas tem seus defensores até hoje.

• William Julius Mickle, Oxford, 1776
Tradução em rimas emparelhadas (dísticos heroicos). A mais conhecida e divulgada de todas as traduções da obra até hoje.

• Thomas Moore Musgrave, Londres, 1826
O tradutor era agente de navegação em Lisboa.

• Sir Thomas Livingston Mitchell, Londres, 1854
O tradutor foi um célebre soldado e explorador na Austrália.

• John James Aubertin, Londres, 1878
Tradução em oitava rima. Aubertin era engenheiro ferroviário e foi o
responsável pela construção da linha entre Santos e São Paulo. Tinha bom conhecimento da língua e literatura portuguesas, tendo sido eleito sócio da Academia Real das Ciências e Cavaleiro da Ordem de Santiago. Sua tradução foi muito valorizada em Portugal.

• Robert Ffrench Duff, Londres, 1880
Tradução em versos spenserianos. O tradutor era descendente de uma família inglesa estabelecida em Portugal.

• Sir Richard Francis Burton, Londres, 1881
O célebre aventureiro, tradutor de As mil e uma noites, viajou pelo mundo todo e sabia inúmeras línguas. Era fã de Camões, e esse apreço é evidente em sua tradução. O estilo dele, no entanto, é considerado arcaizante demais. Manteve a oitava rima do original.

• Leonard Bacon, Nova York, 1950
A primeira tradução feita nos EUA. Publicada pela Hispanic Society of America.

• William C. Atkinson, Harmondsworth, 1952
Primeira tradução em prosa. Atkinson era professor de estudos hispânicos em Glasgow.

• Hugh Finn, 1972
Tradutor natural da Rodésia. Tradução versificada a partir da tradução em prosa de Atkinson.

• Landeg White, Oxford, 1997

Há uma outra tradução que, apesar de incompleta, costuma ser incluída na lista de traduções importantes de Os Lusíadas:

• Edward Quillinan, com notas de John Adamson, Londres, 1853
Apenas os 5 primeiros cantos.

Aos poucos espero saber mais a respeito de cada uma dessas traduções, embora o meu foco principal seja a tradução de Mickle.

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