terça-feira, 29 de março de 2011

Fotos do lançamento de “A Festa da Língua: Vilém Flusser”

Foto da mesa de debates: da esquerda para a direita, os professores José Eugênio de Menezes, Maria Teresa de Campos, Murilo Jardelino da Costa, Eva Batlickova e eu.

Lançamento livro A Festa da Lingua Flusser 21.03 (29) 

A plateia:

Lançamento livro A Festa da Lingua Flusser 21.03 (8)

E o Memorial da América Latina publicou uma reportagem a respeito do lançamento aqui.

Valeu, pessoal. Foi ótimo estar lá com vocês!

sábado, 26 de março de 2011

Tradução mimética

“Take care of the sounds and the sense will take care of itself”
Lewis Carroll

Devido às diferenças entre as duas línguas envolvidas, toda tradução implica perdas e ganhos; não é possível recuperar todos os aspectos e dimensões do texto original. É preciso escolher. Uma tradução que preservasse todos os aspectos do original não seria uma tradução, e sim uma cópia!

Um tradutor que considere a tradução principalmente como uma transferência de conteúdo não dará igual importância a outros aspectos — como, por exemplo, a sonoridade. Outro tradutor pode escolher privilegiar o aspecto sonoro e não dar tanta importância ao sentido. Existem, é claro, muitas outras escolhas possíveis, mas hoje vou me concentrar em uma radicalização desta segunda opção: as traduções ditas “miméticas”.

A tradução mimética privilegia os elementos gráficos e fonéticos de um texto, em detrimento das relações semânticas. As traduções homofônicas de Catulo feitas por Celia e Louis Zukovsky, por exemplo, procuram reproduzir o som, ritmo e sintaxe de Catulo. Os primeiros versos de Catulo 32 — um poema dedicado à amante do poeta, Ipsitilla — dizem:

 

Amabo, mea dulcis Ipsitilla,
meae deliciae, mei lepores

Os Zukovsky traduzem:

I'm a bow, my dual kiss, Ipsitilla
my daily key, eye, my eye's little leap-horse

A tradução literal para o inglês seria:

Please, my sweet Ipsitilla
My delights, my charms

Tradução literal para o português:


Por favor, minha doce Ipsitila,
minha delícia, meu encanto

Outro exemplo são as Mots D'Heures: Gousses, Rames (Mother Goose’s Rhymes) de Luis d'Antin van Rooten. Publicadas como uma coleção de poemas escritos em francês arcaico, esses poemas são, na verdade, traduções miméticas de nursery rhymes inglesas. Transcrevo aqui, como exemplo, a tradução do conhecido “Humpty Dumpty”:

Humpty Dumpty
Sat on a wall.
Humpty Dumpty
Had a great fall.
And all the king's horses
And all the king's men
Couldn't put Humpty Dumpty
Together again.

Un petit d'un petit
S'étonne aux Halles
Un petit d'un petit
Ah! degrés te fallent
Indolent qui ne sort cesse
Indolent qui ne se mène
Qu'importe un petit d'un petit
Tout Gai de Reguennes.

(Agradeço ao meu amigo Guian por ter-me chamado a atenção para essas deliciosas traduções de Rooten.)

Obviamente, essas são traduções extremamente radicais. Mas, além de divertidas, elas não são totalmente “nonsense”, e podem conter “pistas” sobre como aproveitar melhor todos os elementos envolvidos em um texto poético.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Após o lançamento (“A Festa da Língua”)

O auditório estava lotado, as apresentações foram muito boas, fomos muito aplaudidos. Enfim, um sucesso!

Eis aqui a lista dos ensaios do livro:

A FESTA DA LÍNGUA: VILÉM FLUSSER

"Meu bem, você não entendeu nada: a generosidade cética de Vilém Flusser" - GUSTAVO BERNARDO KRAUSE

Arte é "poiesis": ela cria a realidade: considerações acerca do 
conceito de Arte em Flusser - RAINER GULDIN

Uma Teoria da Mídia brasileira: o conceito de "tecnoimagem" de Vilém Flusser - MILTON PELEGRINI

Comunicação dialógica e comunicação discursiva em Vilém Flusser - JOSÉ EUGÊNIO DE OLIVEIRA MENEZES

Para uma filosofia do exílio: A. Rosenfeld e V. Flusser sobre as 
vantagens de não se ter uma pátria - MÁRCIO SELIGMANN-SILVA

Sobre a apatridade da escrita: Flusser/Borges em perspectiva - PABLO GASPARINI

Vilém Flusser, um pensador brasileiro - EVA BATLICKOVA

A pós-história de Flusser e a promessa do Brasil - RODRIGO DUARTE

A poesia na festa da língua - MARIA TERESA CARDOSO DE CAMPOS

Os espaços da escritura: pelos percursos de Flusser e o sujeito 
escritor – leitor - ELIANA MENESES DE MELO

A autotradução como método de reflexão em Vilém Flusser - CLÁUDIA MARTINS

A escrita plurilinguística de Flusser no contexto da linguagem caleidoscópica - MURILO JARDELINO DA COSTA

Quem quiser comprar o livro, ele está à venda no CBEAL, Anexo dos Congressistas, portão 12, no Memorial da América Latina, de 2ª a 6ª, das 10 às 18h. O preço é R$ 35,00.

Se houver outros lançamentos, avisarei.

segunda-feira, 21 de março de 2011

“A Festa da Língua” – lançamento hoje!

Lembrando a todos que hoje será o lançamento do livro A Festa da Língua: Vilém Flusser. Estarei na mesa de debates e falarei brevemente a respeito do meu ensaio, “A autotradução como método de reflexão em Vilém Flusser”.

Local: Biblioteca Victor Civita – Memorial da América Latina

Horário: a partir das 19h30

sexta-feira, 18 de março de 2011

Garrow’s Law (série da BBC)

Como estamos quase no fim de semana e ninguém é de ferro, vou falar de uma série de TV que estou adorando e que acho que muitos de vocês, principalmente os meus (muitos) amigos advogados, vão gostar também: Garrow's Law, da BBC.

Garrow’s Law é inspirada na vida do advogado (barrister)[1] Wiliam Garrow, que foi um pioneiro na luta por assegurar a defesa dos réus no tribunal, no século XVIII. A série tem como principal cenário o Old Bailey, sendo baseada (de modo bastante livre) em casos jurídicos reais que podem, inclusive, ser pesquisados pela Internet. Defendendo ardorosamente os pobres, os desvalidos, os injustiçados e as minorias oprimidas, Garrow teria sido também um pioneiro do método de interrogatório das testemunhas pelo advogado da parte contrária (cross-examination), abrindo caminho para o sistema legal moderno.

Há também uma trama romântica envolvendo Garrow e Lady Sarah, esposa de um dos vilões da história.

O elenco é fantástico. Andrew Buchan, que eu não conhecia, faz um trabalho excelente no papel principal. Alun Armstrong é perfeito como o mentor de Garrow, Southouse. Aidan McArdle, como o promotor público Sylvester, o principal rival de Garrow no tribunal, sabe dosar muito bem a arrogância e o sarcasmo. O mesmo pode ser dito sobre Michael Culkin, que interpreta o divertido juiz Buller.

Cada episódio trata de um tema polêmico: aborto, prostituição, escravidão, sodomia... Os cenários e figurinos contribuem para dar ao espectador a sensação de estar mesmo na Londres georgiana.

É uma série muito bem elaborada, interessante e apaixonante. Fiquei bastante feliz ao saber, pelo Guardian, que haverá um terceiro ano. É uma pena que cada ano tenha apenas 4 episódios, mas se a quantidade deve sofrer em nome da qualidade, que seja!

Os dois primeiros anos estão disponíveis em DVD. (É só procurar pelo Google ou pelo seu “buscador” favorito.)


[1] No direito inglês temos dois termos que designam dois tipos diferentes de advogados: solicitor e barrister. Solicitor é o advogado que representa os clientes nas instâncias inferiores, e barrister é o advogado com permissão para atuar nos tribunais superiores. Em Garrow’s Law essa diferença fica clara ao observarmos as funções de Garrow, que é um barrister, e Southouse, que é um solicitor.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O Nada, a Dúvida da Dúvida, e um Haikai

O “Nada” é um conceito importante em Flusser. Aparece com frequência em seus textos. Por exemplo: em seu primeiro livro publicado, Língua e Realidade, Flusser mostra que a língua nasce do nada e do caos, e ao caos retorna constantemente em seu processo constante de recriação. Rainer Guldin aproxima o conceito flusseriano de “Nada” da tradição da cabala judaica. Guldin observa que nas tradições grega e cristã o Nada costuma ser encarado como um princípio negativo, enquanto na cabala judaica o Nada é visto como uma presença viva que, embora não se possa comparar à presença do universo criador, apresenta um caráter igualmente real e acompanha a criação como um reservatório de força que pode ser reiteradamente buscado.[1]

No ensaio “A Dúvida”, Flusser afirmou que “Somos a primeira ou a segunda geração daqueles que experimentam o niilismo vivencialmente. Somos a primeira ou a segunda geração daqueles para os quais a dúvida da dúvida não é mais um passatempo teórico, mas uma situação existencial. Enfrentamos, nas palavras de Heidegger, ‘a clara noite do nada’”. Embora considerasse o niilismo uma situação existencial insustentável, Flusser acreditava que ele precisava ser tomado como ponto de partida para toda tentativa de superação. A situação que vivenciamos, em que a dúvida desalojou a fé e o senso da realidade, deve ser aceita como um fato, embora talvez não ainda como um fato totalmente consumado. Só a partir do próprio niilismo é que poderíamos sair do niilismo.

O haikai (em inglês) que meu amigo Gavin Adams compôs a respeito de Flusser tem tudo a ver com isso:

The void below
Wings aflutter
Yet doubts aglow [2]


[1] GULDIN, Rainer. Pensar entre línguas: a teoria da tradução de Vilém Flusser. Tradução de Murilo Jardelino da Costa e Clélia Barqueta. São Paulo: Annablume, 2010, p. 184.

[2] A reprodução é permitida com citação, exceto em caso de seu uso comercial.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tradução e Poder (em Lefevere)

Antes de mais nada, algumas explicações para os novos amigos/leitores: a minha dissertação de mestrado tratou das ideias de Flusser sobre tradução. O doutorado, que estou iniciando agora, será sobre um tema completamente diferente: uma análise de uma tradução de Os Lusíadas para o inglês do século XVIII. Com certeza ainda falarei muito sobre o meu tema de doutorado, mas, por enquanto, não quero entrar em detalhes. Naturalmente, precisarei pesquisar muuuuuuito a respeito das traduções inglesas do século XVIII. (Já comecei.)

No momento, estou lendo um livro do André Lefevere, Translation, History, Culture: a sourcebook. Há vários pontos que me interessam já na Introdução. Ele começa dizendo (a tradução é minha, um tanto “apressada”): “Tradução tem a ver com autoridade e legitimidade e, em última análise, com poder, e é exatamente por isso que foi e continua sendo tema de tantos debates acirrados. A tradução não é apenas ‘uma janela aberta para um outro mundo’, ou qualquer desses clichês superficiais. Na verdade, a tradução é um canal aberto, muitas vezes não sem certa relutância, pelo qual as influências estrangeiras podem penetrar na cultura local, desafiá-la e até mesmo contribuir para subvertê-la. ‘Quando se oferece uma tradução a uma nação’, diz Victor Hugo, ‘essa nação quase sempre irá encarar a tradução como um ato de violência contra ela mesma’.”

É, não é brincadeira, não... Em seguida, Lefevere cita alguns exemplos. Entre eles, um do século XIX:

“Enquanto os tradutores no Ocidente tinham as obras gregas e latinas em alta estima, como representando a expressão de culturas de prestígio dentro da visão de mundo ocidental, eles tratavam outras culturas, a que não atribuíam prestígio similar, de uma forma bastante diferente. Edward Fitzgerald, tradutor do Rubaiyat de Omar Khayyam, por exemplo, escreveu a seu amigo E. B. Cowell em 1857: ‘É uma diversão para mim tomar as Liberdades que bem me apetecem com esses persas, que (como penso) não são Poetas o bastante para que se sinta medo de tais excursões, e que realmente precisam de um pouco de Arte para ganhar forma’.” (“Excursões” aqui também no sentido de “desvios”, “digressões”.)

Assim, por exemplo, Fitzgerald eliminou do poema as referências a “pernas de cordeiro”, já que estas não foram consideradas por ele como dignas dos ideais poéticos “ocidentais”. (Detesto essas palavras “Ocidente”, “ocidental”, mas, infelizmente, a maioria dos teóricos europeus e norte-americanos as utiliza.)

Certo... Mas não pensem que os “ocidentais” não tomavam suas “Liberdades” também com os gregos e latinos. O tradutor francês Antoine de la Motte (1672-1731), por exemplo, reduziu a Ilíada em sua tradução à metade do tamanho do original, pela “necessidade de adaptações”. É claro que muitas dessas adaptações são perfeitamente compreensíveis, ainda hoje. As inúmeras repetições de Homero, por exemplo. Será que devem ser traduzidas “fielmente”, mesmo que isso torne o poema pesado e enfadonho?

Um fator de grande importância no século XVIII que é bastante enfatizado por Lefevere é o papel da patronagem (patronato, patrocínio): “Nem todos os aspectos do original são, aparentemente, aceitáveis para a cultura de chegada, ou melhor, para aqueles que decidem o que é ou deveria ser aceitável para aquela cultura: os patronos que encomendam uma tradução, publicam-na ou cuidam de sua distribuição. O patrono é o elo entre o texto do tradutor e o público que o tradutor quer atingir”.

Creio que ainda existe patronagem hoje em dia, sob várias formas, mas, de modo geral, esse papel de “filtragem” passou a ser ocupado pelas editoras.

Enfim, esses são alguns dos temas nos quais eu vou precisar me concentrar nos próximos anos.

sábado, 12 de março de 2011

O que são “Estudos da Tradução”?

Como eu pretendo falar sobre meus estudos, achei que seria bom fazer uma breve introdução sobre o que eu entendo por “Estudos da Tradução”. A expressão “o que eu entendo” é importante aqui, pois não acredito que existam definições universais, “essencialistas”. Toda definição implica um sujeito que está inserido em um contexto, ou seja, toda definição é histórica e ideologicamente marcada.

Os Estudos da Tradução (leia implicitamente “no meu entender” em tudo o que estiver escrito a partir daqui) procuram compreender a tradução, qualquer que seja a sua definição e prática. Não existe e jamais existirá uma definição absoluta, universal, do que seja tradução. Cada pesquisador define tradução de acordo com os objetivos de seu estudo — e precisa, naturalmente, justificar essa definição.

Um dos objetivos dos Estudos da Tradução é verificar que textos, nas diferentes épocas, foram rotulados como “traduções”, em contraste com outros que não foram assim rotulados, e procurar descobrir os motivos que levaram a essas distinções.

Outro objeto dos Estudos da Tradução é a pesquisa a respeito de que textos são traduzidos em uma época e que textos não o são. Aqui, novamente, procura-se estudar os motivos dessas escolhas.

Os Estudos da Tradução também se interessam pelos tradutores: quem são, a que classes pertencem, como ganham a vida, como se tornaram tradutores?

É preciso estudar também os discursos a respeito da tradução. Como a sociedade, os intelectuais, os próprios tradutores se referem à tradução em uma determinada época? Que metáforas são usadas para se referir à tradução? (Há metáforas muito interessantes e reveladoras! Espero poder falar nisso em outra ocasião.)

Quais são os diferentes tipos de tradução? Quais são os critérios para a avaliação de uma tradução? Que influências as traduções podem ter sobre a sociedade? Existe uma ética da tradução? Esses são apenas alguns dos temas de interesse para os Estudos da Tradução. Talvez eu venha a falar sobre alguns deles aqui no meu blog.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Universo das Imagens Técnicas (Flusser)

Fiquei sabendo que no dia 15 de março será lançado na Grã-Bretanha o livro de Flusser Into the Universe of Technical Images. É uma ótima notícia! Trata-se do nosso O Universo das Imagens Técnicas, lançado pela Editora Annablume em 2008.

Nesse livro, Flusser aprofunda as ideias expostas no célebre Filosofia da Caixa Preta e discute o conceito de “sociedade telemática”: a convergência das imagens técnicas (produzidas por aparelhos) com os meios de comunicação. Nas redes da sociedade telemática, a maior parte das informações correm em fios dominados por emissores centrais e controlados por feixes irradiadores. Tal estrutura pode ser qualificada como “fascista” (de fascis, feixes) e leva à pulverização da sociedade, pois cada indivíduo se comunica diretamente com o aparelho. “Todos recebem imediatamente um número colossal de informações, mas todos recebem o mesmo tipo de informação, não importa onde estejam. Ora, nessa situação todo diálogo se torna redundante.” Entretanto, Flusser localiza “fios embrionais que correm horizontalmente através dos feixes”. Esses fios transversais ligam os indivíduos dispersos em diálogos. A questão é politizar a discussão nessas redes transversais. Esse novo engajamento político não se volta contra as imagens, pois nasceu no interior da revolução técnica atual e não se opõe a ela. A metáfora do “cérebro cósmico” é a que Flusser escolhe para retratar essa sociedade: cérebro que reuniria as pessoas dispersas, conectando-as como “células irradiantes de informação”.

Embora tenha sido publicado originalmente em 1985 na Alemanha, antes mesmo do “surgimento” da Web (1989), esse livro discute questões que são fundamentais atualmente. “O Universo das Imagens Técnicas” é, na minha opinião, um dos livros mais importantes de Flusser.

quinta-feira, 3 de março de 2011

“A Festa da Língua”: lançamento em 21 de março!

A Fundação Memorial da América Latina vai lançar A Festa da Língua, um livro com 12 ensaios sobre Vilém Flusser, cada um escrito por um pesquisador de sua obra. Um desses ensaios, “A autotradução como método de reflexão em Vilém Flusser”, foi escrito por mim!!! O organizador é o professor Murilo Jardelino da Costa, e entre os outros ensaístas estão o professor suíço Rainer Guldin, grande especialista na obra de Flusser, e também os professores Gustavo Bernardo Krause e Márcio Seligmann-Silva, só para citar aqueles que conheço pessoalmente.

(Apesar de as piadinhas sobre o duplo sentido serem um tanto cansativas, adorei o título, e acho que tem tudo a ver com Flusser.)

Ainda não tenho um convite eletrônico nem imagens para mostrar, mas, com certeza, ainda vou falar muito sobre este livro, antes e depois do lançamento.

Reservem espaço nas agendas! Será na Biblioteca Victor Civita, no Memorial da América Latina, no dia 21 de março, a partir das 19h30. Haverá uma mesa de debates e os ensaístas presentes farão breves apresentações.