sábado, 23 de abril de 2011

Trabalhando pra franceses!

Gente, precisei sumir um pouco e vou continuar meio sumida porque estou traduzindo para o português uma (pequena) gramática da língua inglesa escrita em francês. Chose de loque, como diria o Jô.

É um trabalho para uma empresa francesa. O prazo é curto; algo entre duas e três semanas. É a primeira vez que trabalho para uma firma estrangeira! Depois eu conto os detalhes pra vocês.

Feliz Páscoa!

sábado, 16 de abril de 2011

Artigo de Márcio Seligmann-Silva sobre Flusser

O número mais recente de Tradução em Revista contém vários artigos interessantes, entre os quais eu destaco um sobre Flusser, de autoria do Prof. Márcio Orlando Seligmann-Silva. Eis aqui o resumo:

VILÉM FLUSSER: FILOSOFIA DO EXÍLIO E LEITURA DE UM PAÍS CHAMADO BRASIL - Márcio SELIGMANN-SILVA

O artigo destaca um verdadeiro culto da figura da “ponte” na obra de Flusser e interpreta seu projeto intelectual como um “pontificado” que se estende sobre a linguagem. Flusser, o grande comunicólogo, é descrito como sendo antes de mais nada um tradutor, Über-Setzer, e teórico da tradução, um analista e projetista de “pontes”. O texto apresenta uma leitura crítica de seu ensaio Fenomenologia do Brasileiro. Em busca de um Novo Homem.

“A Luta Indígena no Coração do Brasil”

Esta semana recebi um exemplar do livro A luta indígena no coração do Brasil, de Seth Garfield, que traduzi em 2007 para a Editora UNESP. Eu estava preocupada com a demora da editora em lançá-lo; é sempre triste quando a gente traduz um bom livro e depois ele não é publicado.

Provavelmente a demora ocorreu devido à necessidade de localizar diversos textos originais (em português) citados no livro em tradução para o inglês e obter a permissão para a sua publicação. Esse é um problema que costuma surgir quando se traduz livros de Brazilianists: eles citam os textos em tradução para o inglês, naturalmente, e o tradutor brasileiro precisa ir atrás dos originais. Fiz o que foi possível, mas alguns textos eram de difícil localização. Encaminhei a minha tradução desses textos, mas recomendei que se tentasse encontrar os originais. Espero que a editora tenha conseguido resolver todos os casos de forma adequada.

É um livro muito interessante, que trata das lutas dos Xavante para defender seu território tradicional e cultura entre 1937 e 1988. Não é apenas um livro de denúncia contra o extermínio dos povos indígenas; é também um livro que mostra como os Xavante conseguiram articular resistências a esse processo de extermínio.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

“A Festa da Tradução”

Como prometido, aqui vão alguns detalhes da palestra que o Murilo e eu daremos na próxima sexta-feira.

Título: "A Festa da Tradução: Vilém Flusser"

Palestrantes: Cláudia Santana Martins (Doutoranda – USP) e Murilo Jardelino da Costa (Uninove)

Resumo: A palestra será dividida em duas partes. Na primeira parte, Cláudia Santana Martins discutirá a teoria e a prática tradutórias do filósofo tcheco-brasileiro Vilém Flusser, que viveu no Brasil de 1940 a 1972, tendo lecionado em diversas faculdades, inclusive na Escola Politécnica da USP. Embora seja conhecido mundialmente por suas ideias sobre os novos meios de comunicação, Flusser desenvolveu também interessantes reflexões a respeito da língua e da tradução. Além de discorrer brevemente a respeito dessas reflexões, a palestrante apresentará o método de reflexão e escrita de Flusser: sendo poliglota, Flusser autotraduzia e retraduzia sistematicamente seus ensaios em quatro línguas (alemão, português, inglês e francês), na tentativa de ganhar distanciamento crítico e novas perspectivas para o tema abordado. Fundada no dialogismo, essa prática introduz, nas palavras de Bento Prado, "a pluralidade e a diferença na unidade e na identidade do próprio sujeito". Na segunda parte, Murilo Jardelino da Costa comentará a tradução das obras "A escrita", de Vilém Flusser, e "Pensar entre línguas: a teoria da tradução de Vilém Flusser", de Rainer Guldin, levando em consideração o lugar do tradutor numa perspectiva enunciativa. Alguns trechos das obras serão analisados.

Dia e horário: 15 de abril, das 14h às 15h30

Local: FFLCH-USP, Avenida Luciano Gualberto 406, Cidade Universitária, São Paulo. Prédio de Letras, sala 261.

Promoção: CITRAT e Departamento de Letras Modernas da FFLCH-USP.

Para os que têm me perguntado sobre o livro A Festa da Língua, o Murilo deverá levar alguns exemplares, que poderão ser adquiridos ao final da palestra.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nº 21 da revista “Tradução & Comunicação”

Sim, eu já tenho um artigo publicado em livro, mas este é o meu primeiro artigo publicado em uma revista acadêmica!

A revista Tradução & Comunicação é uma publicação semestral do Centro Universitário Ibero-Americano - UNIBERO destinada a tradutores e a estudiosos da tradução.

Neste nº 21, que acaba de ser publicado, há um artigo de minha autoria: “Vilém Flusser: a dimensão crítica e dialógica da tradução”. Eis o resumo:

O filósofo Vilém Flusser é conhecido mundialmente como teórico dos novos meios de comunicação, autor de ensaios pioneiros sobre a sociedade “pós-histórica” ou “telemática”. Entretanto, sobretudo no período em que viveu no Brasil, entre 1940 e 1972, Flusser desenvolveu também interessantes reflexões a respeito da língua e da tradução. A importância que Flusser atribui à tradução pode ser explicada, em grande parte, por sua condição de exilado e poliglota. A sensação de desenraizamento (Bodenlosigkeit) permeia toda a sua obra, levando-o a se interessar pelos fenômenos da comunicação humana, a refletir “sobre os abismos que separam os homens e as pontes que atravessam tais abismos”. Vivendo e pensando entre línguas e culturas, Flusser adquiriu uma aguda percepção dos aspectos críticos e dialógicos da tradução, e suas ideias podem contribuir para uma melhor compreensão da sociedade “pós-histórica” em que vivemos.

Ainda não li os demais artigos, mas pretendo ler. É uma revista de ótima qualidade.

Link para o nº 21 de Tradução & Comunicação.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A exceção que confirma a regra

Eu gosto de provérbios e muitas vezes procuro saber a sua origem. “A exceção que confirma/prova a regra” é uma expressão que sempre me intrigou, porque parece afirmar um completo absurdo. Normalmente uma exceção não confirma ou prova uma regra. Ao contrário: se encontramos uma exceção, em geral colocamos a regra sob suspeição. (Basta encontrarmos um pinguim para duvidarmos da afirmação de que “todos os pássaros voam”, por exemplo.)

Depois de alguma pesquisa, creio que encontrei a explicação para essa confusão. “A exceção que prova a regra” é uma tradução da expressão latina medieval “exceptio probat regulam in casibus non exceptis”, que poderia ser traduzida de modo mais completo como “a exceção comprova a regra para os casos não excluídos”. Um exemplo disso seria quando vemos uma placa dizendo “proibido estacionar após as 16h”. Dos dizeres dessa placa poderíamos deduzir a regra de que nos demais horários o estacionamento é permitido. Nessa placa, teríamos a exceção que prova a regra nos demais casos. Em suma: se não houvesse a regra, não haveria necessidade de exceção.

Temo, no entanto, que o uso “nonsense” da expressão já esteja tão disseminado que não adiante esclarecer-lhe o sentido!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ciclo de palestras sobre tradução (FFLCH-USP)

O prof. John Milton convidou ao Murilo e a mim para fazer a próxima “Palestra de Sexta” na FFLCH. Esse ciclo de palestras é organizado pelo CITRAT e pelo Departamento de Letras Modernas da FFLCH-USP. A nossa palestra será daqui a duas semanas, no dia 15 de abril, às 14h. O tema será relacionado à teoria e prática tradutórias de Flusser. Nos próximos dias postarei aqui o resumo e outros detalhes. Agora é trabalhar para preparar a palestra!

Artigo sobre o Bom Retiro e Flusser

O artigo é do final do ano passado, mas só o vi hoje. O professor René Decol postou em seu blog um belo artigo sobre o Bom Retiro em que Flusser é mencionado. O ensaio fotográfico é muito bonito e comovente.

Bom Retiro anos 80: O visionário Vilém Flusser e um ensaio fotográfico sobre o bairro judeu